Um grupo de criminosos levou terror à cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo, durante ataques a três agências bancárias na madrugada de hoje. A quadrilha espalhou explosivos nas ruas do centro e usou moradores como escudo na fuga. Ao menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas. Ainda de acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), duas pessoas foram detidas.
O ataque aconteceu no centro da cidade, onde estão localizadas várias agências bancárias. Imagens que circulam nas redes sociais, feitas por moradores, mostram os minutos de tensão enquanto o grupo efetuava disparos pelas ruas.
Após o assalto, os criminosos saíram pelas ruas e foram abordando pessoas que estavam no caminho e roubando seus veículos. Um dos vídeos mostra dois homens feitos reféns pendurados — um no teto, e outro no capo — do lado de fora de um dos carros usados na fuga.
A Santa Casa de Araçatuba informou que quatro feridos, todos homens, estão sendo atendidos na unidade. Três foram feridos por tiros e um por explosivo.
Entre os feridos por tiros estão um homem de 28 anos, baleado no abdome e que está em estado estável; outro, de 31 anos, foi baleado no rosto e nos braços e precisou ser intubado, e uma outra vítima, de 31 anos, foi ferida nas pernas, braços e na cabeça de raspão e precisou passar por cirurgia. Um homem de 25 anos foi atingido por um explosivo e sofreu amputações nos dois pés.
"Estamos vivendo um momento de terror. Moro a poucas quadras do Centro. Ouvi todos os tiros, acompanhando através de vídeos, não saí de casa e peço à população que fique em casa", disse o prefeito Dilador Borges (PSDB) em entrevista ao "Bom Dia São Paulo", da TV Globo.
Por decisão da prefeitura, as aulas das escolas municipais estão suspensas. O mesmo foi recomendado para a rede estadual. O transporte público também foi suspenso na área central da cidade.
Segundo a Policia Civil de Araçatuba, entre os mortos, dois seriam civis — uma vítima foi encontrada morta dentro de um carro e a outra, caída na rua — e o terceiro seria um criminoso, morto durante confronto com a polícia no bairro rural Taveira. O coronel Álvaro Batista Camilo, secretário de Segurança Pública em exercício de São Paulo, informou ainda que o grupo usou drones para monitoras a resposta de policiais à ação.
O valor roubado das agências ainda não foi confirmado, mas os criminosos teriam conseguido acesso a um cofre subterrâneo de um dos bancos.
Nas redes sociais, imagens de moradores mostram os momentos de pânico vivido na madrugada, quando a região teve tiros e reféns, usados como escudos:
Aracatuba /SP: Assalto a banco com refens na madrugada desta segunda-feira (30). Em vários relatos nas redes sociais os moradores da cidade afirmam que, após o ataque em agências bancárias os criminosos abordaram pedestres e motoristas e os fizeram reféns. pic.twitter.com/sLkebvKvYZ
Em nota, a SSP disse que "estão em andamento buscas para a localizar os criminosos. Unidades territoriais da PM de Araçatuba, com o apoio de equipes de Bauru, São José do Rio Preto e Presidente Prudente, além do Águia e da Polícia Civil participam das diligências".
Uma equipe do Gate (Grupo de Ações Tática Especiais) também está em deslocamento para o município para desmontar os explosivos deixados pelos criminosos.
O tenente da PM Capitão Luiz, porta-voz da SSP, disse ao telejornal que de 20 a 30 pessoas participaram dos ataques e afirmou que todos os reféns já foram liberados.
Segundo a força, pelo menos dez carros foram utilizados na ação e algumas entradas da cidade foram fechadas pela quadrilha para evitar que reforços policiais cheguem ao local.
O caso é investigado pela Deic de Araçatuba, com apoio da 5ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC).
Em julho, outra cidade do interior paulista foi palco de um grande assalto. Uma quadrilha formada por 15 homens assaltou uma fábrica de joias de ouro em Jarinu e dois mercados, trocou tiros com a polícia e incendiou pelo menos quatro veículos fechando o acesso de duas vias.
Conforme relatos de moradores, os criminosos chegaram à frente da fábrica em vários veículos e dispararam tiros de fuzil contra a guarita de segurança. Houve troca de tiros entre a polícia e os criminosos em pontos das cidades de Campo Limpo Paulista e Atibaia, próximas de Jarinu. Ninguém ficou ferido, e ninguém foi preso.
uol