O mês de setembro de 2022 surpreende ao ainda registrar cinco açudes sangrando no Ceará, além de outros 33 com aporte acima de 90%. É a primeira vez em 11 anos que o Estado tem açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado (Cogerh) com aporte máximo tão longe do período de chuvas.
Em 2011, o açude Tijuquinha sangrava enquanto 86 estavam com mais de 70% da capacidade. Dessa vez, sangram os açudes Aracoiaba (Aracoiaba), Germinal (Palmácia), Penedo (Maranguape), Pesqueiro (Capistrano) e Tijuquinha (Baturité).
O aporte extraordinário procede um ano de chuvas intensas e prolongadas. Apesar de a quadra chuvosa ser demarcada entre fevereiro e maio, 2022 registrou o mês de julho e de agosto mais chuvosos em 18 e 22 anos, respectivamente.
Um exemplo da abundância de precipitações pode ser rememorado em Fortaleza, que conseguiu acumular, na apenas primeira quinzena de abril, 71,7% de todo o volume esperado para o mês. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a Capital tem uma média de 355,2 milímetros (mm) de chuva em abril, mas 254,7 mm foram precipitados só em 14 dias.
No final das contas, Fortaleza foi a cidade cearense com o maior acumulado de chuvas durante fevereiro a maio de 2022, com um volume pluviométrico de 1.522 mm — quase 60% maior do que o apurado no mesmo intervalo do ano passado, de 952 mm.
Além dos açudes sangrando, o monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) aponta 33 reservatórios com aporte superior a 90% da capacidade, enquanto outros 61 superam os 70%.
Desde 2011, os setembros voltaram ao marco zero de açudes em sangria, com boa parte dos reservatórios abaixo de 30% de capacidade. Em 2021, por exemplo, 60 deles estavam com menos de 30% e apenas 40 acima de 70%.
Por outro lado, vale pontuar que esses não são os maiores açudes do Estado. Em agosto deste ano, quando o volume de açudes sangrando era o maior em nove anos, a Cogerh destacou que o Castanhão (Alto Santo), o Orós (Orós) e o Banabuiú (Banabuiú), os três maiores reservatórios do Ceará, registravam níveis baixos. Agora, eles aportam apenas 23,19%, 48,57% e 9,81% das capacidades máximas, respectivamente.
Além disso, ao considerar a capacidade máxima do Estado, o aporte hídrico total é de apenas 36,7%. É a melhor marca para esta época do ano desde 2013, mas segue sendo uma cifra considerada baixa. Houve acréscimo de alguns novos reservatórios no monitoramento desde então, porém.
Atualmente, são 59 açudes com menos de 30% da capacidade, entre eles alguns zerados: Forquilha II (Tauá), Monsenhor Tabosa (Monsenhor Tabosa), Pirabibu (Quizeramobim) e Barra Velha (Independência).
Açudes sangrando
- Aracoiaba (Aracoiaba)
- Germinal (Palmácia)
- Penedo (Maranguape)
- Pesqueiro (Capistrano)
- Tijuquinha (Baturité)
Açudes com volume acima de 90%
- Acaraú Mirim (Massapê): 94,01%
- Ayres de Sousa (Sobral): 90,32%
- Jenipapo (Meruoca): 98,62%
- São Vicente (Santana do Acaraú): 94,5%
- Sobral (Sobral): 96,48%
- Faé (Quixelô): 99,32%
- Muquém (Cariús): 95,67%
- Pau Preto (Potengi): 92,5%
- Santo Antônio de Russas (Russas): 92,92%
- Curral Velho (Morada Nova): 96%
- São José I (Boa Viagem): 91,24%
- Angicos (Coreaú): 90,67%
- Diamantino II (Marco): 90,99%
- Itaúna (Granja): 90,68%
- Tucunduba (Senador Sá): 94,77%
- Frios (Umirim): 93,27%
- Itapajé (Itapajé): 97,84%
- Gameleira (Itapipoca): 94,33%
- Mundaú (Uruburetama): 96,85%
- Quandú (Itapipoca): 96,88%
- Acarape do Meio (Redenção): 96,82%
- Batente (Ocara): 90,82%
- Catucinzenta (Aquiraz): 94,33%
- Gavião (Pacatuba): 92,66%
- Itapebussu (Maranguape): 98,38%
- Macacos (Ibaretama): 96,2%
- Malcozinhado (Cascavel): 96,83%
- Pacajus (Chorozinho): 98,09%
- Junco (Granjeiro): 94,73%
- Olho dÁgua (Várzea Alegre): 92,09%
- Rosário (Lavras da Mangabeira): 92,05%
- São Domingos II (Caririaçu): 90,72%
- Ubaldinho (Cedro): 94,93%
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