O Site Miséria mergulha no túnel do tempo e lembra exatos 130 anos do início das investigações em torno dos “Milagres em Juazeiro”, que transcorrem nesta quinta-feira.
A atitude do professor e jornalista José Marrocos de divulgar o milagre pela imprensa, irritou o bispo do Ceará, dom Joaquim José Vieira, o qual convocou o Padre Cícero ao palácio episcopal, em Fortaleza, para esclarecer sobre os fatos já de domínio público.
De início, o bispo ficou admirado com o relato feito pelo sacerdote. Porém, pressionado por alguns segmentos da Igreja que não aceitavam a ideia de milagre, mandou investigar oficialmente.
Para tanto nomeou uma comissão de inquérito a qual terminou composta no dia 23 de setembro de 1891 por dois sacerdotes de reconhecida competência: os padres Glicério da Costa Lobo e Francisco Pereira Antero.
No dia 13 de outubro de 1891 eles se diziam maravilhados com o que viviam na perspectiva de atestar como sendo um milagre após assistirem às transformações da hóstia em sangue na boca da beata Maria de Araújo, examinarem a religiosa e ouvirem testemunhas.
Já no dia 31 de outubro de 1891 os dois sacerdotes apresentaram a conclusão dos trabalhos, considerando o fato extraordinário como verdadeiro milagre divino no Juazeiro.
No dia 28 de novembro de 1891 ocorria a leitura e desaprovação pelo bispo dom Joaquim Vieira, que não gostou do resultado e nem escondia a sua decepção e irritado com o relatório.
Imediatamente, tratou de nomear nova comissão constituída pelos padres Antônio Alexandrino de Alencar e Manuel Cândido. Essa foi até mais rápida quando convocou a beata, deu-lhe a comunhão e, como nada de extraordinário acontecera, concluiu pela não existência de milagre.
A nova decisão foi anunciada pelos sacerdotes no dia 22 de abril de 1892, gerando protestos por parte do jornalista José Marrocos, do Padre Cícero, de todos os outros padres que acreditavam no milagre e do povo em geral.
Naquele mesmo dia os panos ensanguentados sumiam do Sacrário da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha em Crato.
FONTE: MISÉRIA